terça-feira, 31 de março de 2015

A cultura em tempos de crise


O que esperar desse ano, diante de um quadro tão confuso?

Olá.

Perdoe-nos por tanto tempo sem postar. De coração. E bem-vindos de volta.


O difícil momento econômico pelo qual passa o Brasil atualmente pode influir no mercado cultural? A resposta, infelizmente, é sim. Vivemos num quadro em que a economia do Brasil praticamente parou, e nesse contexto, certamente tornou a vida de empreendedores culturais mais difícil.

Sem querer entrar detalhadamente nas razões que levaram o país a enfrentar essa crise, o fato principal é que existe uma inflação maior e mais resistente do que nos últimos anos, de modo que a renda média das pessoas caiu.

E com menos renda, o dinheiro que sobra para gastar com cultura e entretenimento é menor. Por outro lado, quando o cenário começou a se mostrar mais adverso, empresários começaram a reavaliar investimentos, despesas e custos. 

O que esperar desse ano, diante de um quadro tão confuso?


domingo, 8 de março de 2015

O fã

Raramente o fã deixa seu ídolo na mão


Eles são apaixonados pelos seus ídolos
Olá.

O fã é uma pessoa apaixonada pelo seu ídolo e pelo que ele faz. Ele não vê defeitos e quando os vê, os perdôa. Ele faz esforços para estar perto de seu ídolo, sonha com ele, se imagina junto dele, mesmo quando a distãncia parece impossível. Fãs compram tudo sobre eles, os seguem nas redes sociais.

Não dá para explicar ao certo porque uma pessoa é fã. Às vezes é porque as mensagens nas músicas ou livros, por exemplo, são tocantes, trazem algo que seja importante para algumas pessoas, dizem algo de particular - eles se identificam.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Um desafio: fisgar a atenção das pessoas

Cada linguagem tem sua maneira ideal para prender a atenção de seu público

A atenção é única. Assistir um canal implica em abrir mão de outros

Olá

Na indústria cultural, concorremos pelo tempo e pelo dinheiro das pessoas. Não temos dinheiro para tudo e mesmo que sim, sejamos ricos (oba!), não podemos fazer tudo ao mesmo tempo. Podemos ler um livro e ver TV? Não. Podemos, sim, estar com o livro aberto e a TV ligada, mas a atenção não pode ser simultânea. É inerente do ser humano. Se desviamos o olhar da TV para o livro, deixamos de ver TV.

E, para ficarmos no exemplo da TV, numa grade de TV por assinatura, assistir a um determinado canal de filmes implica em deixar de assistir a outros tantos canais de filmes. A responsabilidade, neste caso, é de todos que participam da criação do produto cultural. Um guitarrista tem a mesma responsabilidade de um vocalista para a música ser de qualidade. Um ator deve ser muito bom em representar seu personagem, da mesma forma que o autor precisa ter um ótimo roteiro e a iluminação tem que ser bem cuidada.


domingo, 1 de março de 2015

Gilberto Gil, sobre axé, pagode e sertanejo: "oportuniza a capacidade de expressão, dá espaço para a expressão"

Há 16 anos, Gilberto Gil disse que emergência de músicas como axé, pagode e sertanejo deram oportunidade de acesso e de expressão a artistas ligados a esse gênero.

 "Eles estão fazendo a música deles. Qual é o problema? Eu não vejo problema nenhum nisso".
(Foto: Marcos Hermes - Divulgação do cantor)

Olá.

Recordar é viver.

Há quase 16 anos, no dia 1°de março de 1999, o cantor Gilberto Gil participou do programa Roda Viva, da TV Cultura, onde foi entrevistado por vários jornalistas. Uma das perguntas foi a da jornalista Lorena Calábria, que naquela época era apresentadora do programa Metrópolis, da própria Cultura.

A pergunta dela, em tom de afirmação, foi a seguinte: A axé music defende o seguinte argumento: pelo menos no Brasil, neste momento atual, a gente está ouvindo mais música brasileira na rádio do que nas décadas passadas, quando predominava a música americana.

A resposta do Gilberto Gil foi a seguinte:

"Um outro argumento é, por exemplo, a emergência de setores populares, não só no axé, mas no pagode, no sertanejo. Gente que não tinha espaço, gente humilde, gente pobre, da periferia social brasileira. A música brasileira era basicamente uma norma quase culta, era dominada pelos universitários; todos nós, eu, Caetano, Chico Buarque, Edu Lobo, os meninos do Rio, de Salvador, de Belo Horizonte, de São Paulo. 

Nas famílias de classe média, na pequena burguesia que tinha acesso à universidade, aquilo que eu estava falando, que sabíamos dos filósofos, sabíamos isso e aquilo, a informação de fora, que operavam aqui, os símbolos da modernidade, a quase pós-modernidade; enfim, e fizeram aquilo que chamaram de a boa música brasileira, e os poetas e Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes etc.

Enquanto isso tem um povaréu brasileiro, uma massa enorme de brasileiros na periferia das cidades, que estavam chegando, mal-educados, pouco educados, maltratados, sem hospital, sem isso, sem aquilo, mas cresceram, fizeram um milagre brasileiro de sobreviver, de sobreviverem. Não fazem parte das estatísticas da mortalidade infantil, venceram a mortalidade infantil do Brasil. Que se faz com eles? Axé music, música sertaneja, pagode etc. Eles estão fazendo a música deles. Qual é o problema? Eu não vejo problema nenhum nisso.

"Ah, mas o quê?" São meninos com escolaridade média baixa em muitos casos; então querem que eles escrevam sobre o quê? Sobre mecânica quântica, como eu? Não vão! Essa música oportuniza o acesso, oportuniza a capacidade de expressão, dá espaço para a expressão, dá dinheiro da renda para esse pessoal. Eles dominam a TV Globo, o SBT, entendeu? Preenchem o espaço, estão lá, aos sábados, no programa da Xuxa".

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