segunda-feira, 13 de abril de 2015

TV: 5 máximas que norteiam a produção de uma atração

TV é audiência, custo, hábito, risco, linguagem



Olá.

A TV é uma das mais populares formas de entretenimento no Brasil. Assistir televisão é um hábito muito arraigado: uma pesquisa da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, divulgada em fevereiro deste ano, mostra que 95% das pessoas entrevistadas assistem TV e ficam expostos a essa mídia, em média, por 4:31 horas por dia, nos dias úteis, e por 4:14 horas nos fins de semana. 

A maior parte das pessoas assiste TV todos os dias da semana, com objetivo de se informar e de entretenimento.

Por isso, quem trabalha com televisão precisa ter em mente algumas premissas que ajudam na tomada de certas decisões. E quem observa esse mercado precisa conhecê-las para compreender a dimensão de determinadas iniciativas que as emissoras de TV adotam. 

Essas máximas são importantes porque por elas pode-se enxergar melhor quando determinadas produções entram ou saem de uma grade, ou ainda porque são reformuladas. Confira.


1) TV é audiência. Ninguém faz TV apenas porque quer ser lembrado como um vanguardista revolucionário, que mudou a forma de fazer ou de falar na TV. Se isso ocorrer, muito bom. Mas TV é feita para ser vista, assistida. Para vender sabonete, como alguém disse nesta semana.

Não adianta ter A mega ideia se ninguém assiste sua atração. Não adianta novela boa, programa de inteligente, se a audiência não responde à altura. Claro: nem sempre a culpa é de quem produz - há uma infinidade de exemplos de bons programas ignorados pelo público ou com audiência abaixo das expectativas. Mas os números sempre falam mais alto quando se trata de TV.

2) TV é custo. Uma produção de TV demanda tempo, locações, dinheiro. Mesmo que seja em estúdio próprio, TV consome dinheiro. Gastar, portanto, é uma ação criteriosamente avaliada. Muito gasto e pouca audiência é a combinação perfeita para uma produção sair do ar. Uma TV só decide investir se há certeza de retorno ou de faturamento. Um capítulo de novela ou série pode ultrapassar R$ 1 milhão.

3) TV é hábito. Cada pessoa tem suas rotinas, idiossincrasias e manias. Emissoras que têm hábito de fazer programas passearem pela grade perdem público. Eles desistem. Ter uma grade estável é fundamental para quem quer audiência. É preciso pensar em programas para todos os horários, visando a todos os públicos, desde os que seguem a rotina da maioria das pessoas quanto notívagos, insones e trabalhadores noturnos. 

A TV Globo, por exemplo, notabilizou-se por ter uma grade estável. Basta ver a sequência novela das 6 - jornal local - novela das sete - Jornal Nacional - novela das oito - linha de shows que perdurou muitos anos - e ainda tenta se manter até hoje. Isso era imutável e inegociável. Mexer na programação era algo estudado e planejado ao extremo. Além disso, é preciso fidelizar seu público. Telespectadores fiéis são a chave. 

4) TV é risco. Quem produz para TV deve ter em mente a seguinte máxima: o telespectador é um enigma. Uma ideia muito boa no papel pode não ser bem executada. E uma boa ideia na TV e no papel não significa aceitação do público. Emissoras são conservadoras quando percebem que certas produções agradam. Emissoras com baixas médias de ibope tendem a inovar mais porque têm menos a perder.

Projetos audaciosos demandam análises criteriosas (Lembra? TV é audiência. TV é custo). E naturalmente inibe a inovação - criar é importante, inovar é legal, é mas o público pode não comprar a ideia. Hoje, com as redes sociais, é até fica mais fácil monitorar reações e se antecipar rejeições. Mas não dá para prever o que virá do público.

5) TV é linguagem. TV tem uma linguagem própria para atender a um público muito vasto. Por ser um meio de comunicação de massa, os programas precisam de uma linguagem nivelada, que seja compreendida pelo maior número de pessoas. Qualquer mudança pode não trazer bons resultados, a não ser que os objetivos sejam outros, mais específicos, como testes.

Não se pode transportar livremente a linguagem da internet, do cinema ou do teatro para a TV, por exemplo, sem critério. Em alguns casos, é melhor segmentar a correr o risco de perder público.

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Até o próximo post.

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