quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Quem são os principais nomes do streaming?

Capítulo 4
No geral, o modelo de negócios é semelhante: assinantes pagos, com acesso irrestrito a acervos mediante mensalidade baixa, e gratuitos, que ouvem música de modo mais restrito e com publicidade

Cada vez mais a oferta de música digital cresce por meio do streaming
(Imagem: reprodução internet)

Olá.

Volto ao tema do streaming, depois de um bom tempo... E nos posts anteriores, você pôde ler um pouco sobre os conflitos dos artistas com as principais plataformas de streaming. Como você sabe, aqui no Brasil, músicos estão brigando para elevar a remuneração paga sob a rubrica direitos autorais pelas plataformas de streaming. A discussão não é restrita apenas ao nosso país - lá fora surgiu até mesmo uma nova marca para atender aos interesses dos cantores.

O streaming, para recordar, é uma plataforma baseada na internet em que os usuários se cadastram para ouvir de forma instantânea músicas selecionadas diante de um cardápio de opções, geralmente dividido por gêneros ou classes musicais (os chamados "estados de espírito"). Tecnicamente, a execução ocorre sem a necessidade de download, ou seja, não é preciso baixar o arquivo para o dispositivo em questão. Essa tecnologia está disponível para áudios e vídeos e ganhou força com a expansão da banda larga e dos smartphones.

Mas quem são os principais serviços de streaming? E o que diferencia cada site de música? No geral, o modelo de negócios é semelhante: há espaço para assinantes pagos, que têm acesso irrestrito ao acervo mediante uma mensalidade baixa, e assinantes gratuitos, que ouvem música de modo mais restrito em relação aos pagos - basicamente bancados com a veiculação de publicidade.

O que diferencia os serviços de streaming, basicamente é a oferta de músicas - alguns superam a marca de 20 milhões de títulos - e alguns pontos no modelo de negócios. A vantagem do streaming em relação à compra de downloads é que não é necessário armazenar os arquivos, o que favorece a quem ouve música por celulares e tablets.

Nos últimos anos, um número cada vez maior de pessoas tem deixado de lado os downloads, e seguido na direção do streaming e por isso, globalmente falando, esses serviços elevaram a receita da indústria fonográfica. E é exatamente pela característica do streaming que se pode controlar melhor o direito autoral.

Então, quem são os principais nomes do mercado de streaming?

Os serviços de streaming mais conhecidos são Spotify, Deezer e Rdio, mas outras iniciativas, como Google Play, ganham espaço. No Brasil, surgiu o Superplayer e existem outras iniciativas, mais antigas, nesse caminho. Veja abaixo os principais serviços de streaming de música disponíveis no Brasil.



Spotify - Segundo dados do site da própria plataforma, eles possuem cerca de 75 milhões de usuários ativos, sendo, desse total, aproximadamente 20 milhões de pagantes. Eles informam que possuem um acervo da ordem de 30 milhões de músicas, e adição de 20 mil títulos por dia. Informam que estão em 58 países e que o aplicativo pode ser usado nos principais sistemas operacionais para computadores e celulares (falamos de Windows, Linux e Mac OS, bem como de Android, iPhone e Windows Phone.

Diz que já pagou US$ 2,6 bi em direitos autorais desde que começou a operar. Apresenta aos músicos uma prestação de contas dos direitos autorais - ainda que os valores sejam considerados baixos por eles. É o inimigo a ser batido.

Deezer - Não é tão badalada quanto o Spotify, mas tem uma certa preferência por parte de cantores e gravadoras independentes. Diz ter um acervo de 35 milhões de músicas e estar em 182 países, com parceria com mais de 2 mil selos. Segundo eles, são mais de 16 milhões de usuários ativos,  sendo 6 milhões de pagantes. Existe desde 2007.

Rdio - Com 32 milhões de músicas em seu catálogo, e operando em 85 países, o Rdio é de 2010 e tem parcerias com diversas gravadoras independentes. Também tem buscado parcerias com operadoras de celular e recorrido a ferramentas tradicionais da publicidade, como anúncios na TV para ganhar visibilidade. Não divulga número de pagantes, nem de assinantes.

Napster - Sua origem foi, digamos, heterodoxa. Os mais antigos na web já usaram o napster se desejaram baixar músicas de forma "alternativa": ele foi o pioneiro do download livre (e ilegal). Criado por Sean Parker, o Napster foi a dor de cabeça dos executivos de gravadoras no mundo todo. Até sair de cena, o Napster representou a ruptura do modelo comercial da indústria fonográfica. Ao voltar, tornou-se uma plataforma com 34 milhões de músicas de 180 gêneros.

Last.fm - O Last.fm é um dos serviços de streaming mais antigos do mercado, lançado em 2002. Ele tem um diferencial em relação aos atuais, por ser mais próximo de uma rede social, com as comunidades virtuais de músicas. Há quem considere as mais recentes e conhecidas marcas de streaming como uma evolução do Last.fm.

O serviço oferece a opção de construir um perfil detalhado do gosto musical de cada usuário, permitindo reunir e exibir as músicas e artistas favoritos em uma página personalizada, através de um recurso instalado no player do computador. Informam que possui mais de 40 milhões de usuários cadastrados, em 54 milhões de listas, chamados de scrobbles, o que o coloca como um dos mais importantes do segmento.

Tidal - Ela surgiu mais pela demanda dos artistas do que pela exigência do mercado. Criado por um grupo de cantores, liderado por Jay-Z, o app surgiu com a promessa de melhor partilha dos direitos autorais. O Tidal aposta em duas faixas de preço para assinantes, contra um valor fixo dos demais. E oferece como diferencial conteúdos exclusivos, como videos, oficiais dos cantores parceiros, que fecharam acordo com a plataforma. Apesar do barulho inicial, não atingiu ainda seu objetivo: bater o Spotify.

Superplayer - O serviço brazuca de streaming não faz feio. Tem o mesmo modelo de negócios, preço acessível e um portfólio razoável de músicas.  Ainda depende um pouco do marketing e tem sua divulgação baseada no Facebook.

Criado em 2012, formou uma base de 200 mil assinantes em dois meses.  Seu diferencial é a variedade de playlists especiais para situações cotidianas - refletindo mais próximo da realidade o humor das pessoas. 

Jango - Gratuito, o programa não exige fazer nenhum tipo de cadastro e para algumas tarefas, como criar uma estação de rádio, você precisa de um login e senha. É customizável, ou seja, suas preferências podem ditar a playlist. E tem perfil de rede social, que abre espaço para unir perfis com gostos musicais semelhantes.

É possível fazer download para os sistemas operacionais Android, do Google, e iOS, da Apple. Criado em 2007, é um serviço de streaming elogiado pela crítica especializada e possui boa reputação entre músicos independentes. O Jango também oferece o serviço Radio Airplay, voltado para os chamados "artistas emergentes", que podem ter suas músicas tocadas ao lado de nomes de gêneros semelhantes. Há um custo para isso, inicialmente de US$ 10 para 250 execuções.

Pandora - Com uma plataforma considerada confiável, tem um serviço semelhante aos principais nomes do mercado. Possui serviço que limita o uso grátis a 40 horas mensais. Acima disso, só mediante assinatura mensal. A estrutura do serviço é um pouco diferentes dos outros serviços de streaming, que apresenta aos usuários músicas semelhantes, a partir de semelhanças musicais entre os títulos. Essa combinação difere de outros serviços, baseados em gostos pessoais ou no humor - como no Spotify ou Superplayer.

Com a edição das playlists, o Pandora busca aproximar-se cada vez mais do que o usuário gosta, por meio de feedbacks. O modelo é o conhecido grátis com anúncios ou pago, sem eles.

Google Play Music - O serviço do Google funciona como um player de música comum, como os que vemos nos computadores, bem como um serviço de streaming musical, além de se poder comprar canções na internet.

Na parte que nos interessa, o programa permite criação de rádios personalizadas, playlists e filas de execução. Como o serviço de busca, o Google Play Music utiliza-se de algoritmos para a criação de playlists e agrupamento de músicas similares, inclusive a partir da visita de usuários ao YouTube - uma forte chance para quem tem músicas no serviço de vídeos.

É possível assinar ou ouvir gratuitamente o serviço de streaming do Google Play Music - quando pago, é possível ouvir mais de 30 milhões de músicas, segundo a própria empresa - neste caso, como sempre, sem veiculação de anúncios.

Avaliações de sites especializados indicam que selos independentes terão possibilidade de disponibilizar faixas no serviço de forma simples.

Apple Music - O Apple Music é o caçula de uma série de serviços de streaming, mas que tem no público Applemaniaco seu foco. Evolução do Beats Music, tenta ser uma alternativa doméstica ao iTunes, com armazenamento na nuvem (iCloud) e sincronização ao Apple Watch.

E como diz a própria Apple, com funcionamento previsto no iPad, no iPod Touch, iPhone, Macintosh, Apple TV e em outros dispositivos, como os Windows e Android.

O preço no Brasil será diferenciado do resto do mundo para ganhar mercado - US$ 4,99 (cerca de R$ 17), contra US$ 9,99 do resto do mundo. Sem assinar, pode-se escutar a rádio Beats 1, transmitida 24 horas por dia pela internet, com programação própria e transmitida em inglês.

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