quinta-feira, 7 de maio de 2015

A importância do relacionamento com a imprensa - rádio (5)


A rádio enquanto mídia não deve ser desprezada, pois pode trazer surpresas positivas quando se pensa no alcance e no poder de informar que ela tem.

Um dos mais antigos veículos e de maior alcance, o rádio é democrático

Olá.

Companhia de boa parte das pessoas por boa parte do tempo, o meio de comunicação rádio possui proximidade e alcance inimagináveis. No carro, nos celulares, em casa, nos ambientes públicos, nos MP3 e aparelhos a pilha, a mídia rádio ainda é uma das mais eficientes formas de comunicação.

Há muito tempo, entretanto, a rádio (a partir de então, no feminino, ao se referir como mídia) vem perdendo valorização - seja pela chegada da internet, com suas múltiplas possibilidades, seja devido à preferência da televisão por parte da audiência e da publicidade.

Mas a rádio enquanto mídia não deve ser desprezada, pois pode trazer surpresas positivas quando se pensa no alcance e no poder de informar que ela tem. No Brasil, a primeira transmissão ocorreu em 1922 - portanto, próximo de completar 100 anos. A rádio (ou melhor, a radiodifusão) foi uma das principais formas de entretenimento e informação no país. 

Por sinal, foi a rádio que deu a base à TV, quando implantada no país, em 1950, fornecendo os artistas e parte dos modelos de programação da época. Basta lembrar que a Era de Ouro do Rádio se deu exatamente no período entre o surgimento e a década de 60 - quando a TV começou a se consolidar definitivamente.


A rádio tem três características inerentes:

- Imediatismo - basta abrir um microfone ao vivo e pode-se ter informação na hora. É tempo real na veia. Não há mídia mais veloz do que o som - não há nada mais rápido do que um relato ao vivo de um incidente. Imaginem, por exemplo, uma partida de futebol ou o sequestro do ônibus 174 pelo rádio. Tente comparar com outras mídias. Talvez a TV se aproxime, mas algumas restrições técnicas e operacionais a fazem perder a dianteira. Mesmo o melhor digitador não consegue resultado semelhante.

- Alcance - o aparelho de rádio existe há muitos anos e está presente na vida de todos os brasileiros. Ninguém vive sem um rádio, seja no carro, seja em um celular. Até pouco tempo, rádios produzidas no Brasil contavam com as faixas AM e FM, sendo a primeira de qualidade inferior, mas com cobertura muito ampla (o que se explica, fisicamente, pelo desenho das ondas sonoras).

- Custo - comprar um aparelho de rádio é barato. Modelos mais simples custam dezenas de reais e permitem que se ouça as principais emissoras da região. Rádio sempre foi acessível e barato. 

Existem vários segmentos de rádios, mas como estamos analisando a imprensa radialista, vamos nos ater a três quatro de rádios.

- Há as redes de rádio all-news. Não são muitas, e foram estruturadas para serem transmistidas para as principais capitais do país. As principais são CBN (do Sistema Globo de Rádio), BandNews (do grupo Band) e Eldorado (do Grupo Estado). 

- Há as grandes redes de rádio, que mesclam atrações musicais com uma parcela de jornalismo. Emissoras mais tradicionais ou que atuam na faixa AM ainda têm uma estrutura jornalística mais apurada, até por terem um público mais amplo. Exemplos:

Rio de Janeiro: Globo, Tupi/Nativa, JB FM

São Paulo: Jovem Pan, Eldorado FM, Alpha FM

Minas Gerais: Alvorada FM

- Temos também emissoras segmentadas, como rádios para o público jovem, rádios religiosas, rádios de trânsito (como no caso da SulAmérica FM, patrocinada pela companhia de seguros do mesmo nome, que cobre o trânsito da capital paulista), rádios para público adulto...

- E temos as rádios locais, de cidades do interior, com estrutura mínima, muitas vezes o radialista exercendo o papel de repórter ou de técnico de som. 

Estrutura básica

Em linhas gerais, uma rádio precisa ter uma mesa de som, com diversos canais. É ali onde separa-se ou mistura-se os sons gerados, de modo que se possa manter uma música de fundo enquanto o locutor fala. Há modelos de mesas que permitem integração com sistema de telefonia, o que permite colocar ouvintes e jornalistas no ar, ao vivo.

Outro equipamento fundamental é o transmissor, que gera o sinal na frequência que foi escolhida pelo veículo. Junto com a antena, são eles que formam as ondas que vão levar as informações até os aparelhos de rádio sintonizados naquela estação.

Há os profissionais básicos em qualquer emissora:

OPERADOR DE SOM: como o próprio nome diz, ele opera tecnicamente a mesa de som durante a produção e transmissão de programas.

LOCUTOR: Lê todo o conteúdo não musical, como noticias, notas e boletins. Ele também pode fazer entrevistas e apresenta os programas. 

ÂNCORA: É o profissional que conduz os radiojornais em allnews.

REDATOR: escreve e/ou revisa tudo o que será lido pelo locutor nas laudas.

REPORTER DE CAMPO: busca as matérias e noticias aonde elas acontecem. Faz contatos e entrevistas, é quem divulga as informações.

EDITOR DE ÁUDIO: Decupa e edita os áudios que serão utilizados em notícias e matérias a serem divulgadas.

MONITOR DX: É quem ouve as transmissões à distância e informa ao operador a qualidade de áudio diariamente ou em situações indispensáveis.

PROGRAMADOR MUSICAL ou DISCOTECÁRIO: é o responsável por selecionar as músicas da programação e os fundos musicais; organiza a discoteca e seu acervo. Atenção: não confundir discotecário com operador.

PRODUTOR: Algumas emissoras podem contar com o produtor de rádio, que é quem prepara as entrevistas, organiza os materiais a serem usados nos programas e cuida do desenvolvimento operacional das emissoras.

Tipos de noticiário

Flash - é a pílula de notícia durante uma programação. Uma notícia apenas é lida, geralmente com as informações mais importantes (o lead). Geralmente tem duração de até 10 segundos.

Nota - É um flash um pouco maior, com alguns detalhes a mais. Uma nota pode ter até 20 segundos de duração.

Notícia - A notícia é uma matéria que conta com sonora (áudio de entrevistados, por exemplo) e que obedece a uma estrutura mais clássica. Pode ter ainda uma nota-pé (quando após da matéria, o locutor ainda se refere ao assunto da reportagem para complementar ou acrescentar informações a respeito). Não há um rigor de tempo, mas uma boa matéria possui entre um minuto e um minuto e meio de notícia.

Boletim - São espaços informativos, geralmente de cinco minutos, com vinhetas, apresentação de matérias por locutores ou âncoras, e organizados de acordo com o padrão editorial da emissora. Geralmente possui cinco minutos de duração, suficiente para divulgação de até cinco notícias.

Jornal - Programa noticioso, com duração de pelo menos 20 minutos, com assuntos divididos por editorias e trabalho de edição. Em emissoras FM, os jornais podem intercalar notícias e músicas. Um exemplo de jornal é o oficial A Voz do Brasil. 

Por que rádio?

O rádio é um veículo universal. Ricos ou pobres, as pessoas ouvem rádio em algum momento da vida. Seja para passar o tempo, seja para ouvir músicas do gênero musical de sua preferência, seja para ouvir o noticiário ou o trânsito. Ok, isso está caindo em desuso com a internet, as novas mídias e especialmente os celulares de última geração que fazem tudo, inclusive ligações.

Mesmo assim, o rádio ainda tem um poder de alcance muito elevado. Emissoras locais, em cidades pequenas e médias ainda têm o meio como uma das principais fontes de informação. São as rádios que concentram informações e servem de ponto de referência para as cidades.

Nas rádios, prefeitos e vereadores apresentam seus trabalhos e propostas. Comerciantes locais divulgam suas ofertas. E o noticiário local quer, muito, cada vez mais notícias sobre o que acontece na região.

E as rádios estão mudando. A internet está derrubando as fronteiras. Um exemplo: meus pais são de Belém. Minha mãe pode "matar as saudades" da cidade ouvindo uma rádio local pela internet. Essa rádio pode ser a ponte entre as pessoas que estão distantes de sua origem.

A rádio já viveu a sua era de ouro (agora em minúsculo mesmo). Tinha radionovelas, humor e programas musicais. Com a TV, a rádio segmentou-se e buscou o serviço para manter a relevância - emissoras "geleia geral" ficaram mais restritas a cidades menores.

Com o transistor, o rádio deixou de ser fixo, tornou-se miniatura e passou a ir junto com as pessoas.

E com a internet, a rádio passou a ser desafiada, a oferecer conteúdos relevantes a um público cada vez mais volúvel e infiel.

Quem trabalha com cultura, pode ter na rádio um excelente parceiro - não apenas como divulgador de lançamentos.

Exemplos têm aos montes. Parte do humor do país veio da rádio - o programa Pânico é o melhor caso - surgiu na Jovem Pan. Nos esportes, os melhores jornalistas são de rádio. Idem locutores.

Rádio é surpreendente.

Curta nossa fan-page.

Leia também:

A importância do relacionamento com a imprensa - as revistas (4)

A importância do relacionamento com a imprensa

A importância do relacionamento com a imprensa - como ela funciona (2)

A importância do relacionamento com a imprensa - o jornal impresso (3)

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...